Edifício Joseph Gire (A Noite) BREVE LANÇAMENTO

Edifício A Noite, no Centro do Rio, terá 447 apartamentos, lojas e centro cultural; VÍDEO
O prédio foi vendido pela Prefeitura do Rio para o grupo QOPP Incorporadora, que ofereceu R$36 milhões mais 50% do potencial adicional gerado pelas regras do Reviver Centro.

Por Carlos de Lannoy, TV Globo

25/07/2023 17h31  Atualizado há 10 meses

A cidade do Rio de Janeiro deve ganhar no próximo ano a revitalização de um de seus prédios mais icônicos. O edifício A Noite, na Praça Mauá, no Centro do Rio, será totalmente reformado a partir do segundo semestre de 2024.

O primeiro arranha-céu construído na América Latina, em 1929, terá 447 unidades residenciais e três lojas no térreo. A revitalização prevê ainda que o público tenha acesso a dois espaços no terraço do edifício, um restaurante e o Centro Cultural da Rádio Nacional.

O prédio foi comprado pelo grupo QOPP Incorporadora, que ofereceu R$ 36 milhões mais 50% do potencial adicional gerado pelas regras do Reviver Centro. Esse valor é estimado em mais de R$ 24 milhões

A conclusão da venda do edifício A Noite, que pertencia a prefeitura, foi anunciada nesta terça-feira (25), pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).

"É apontar para o futuro, usar algo do passado, da história da cidade, para dizer: 'olha essa cidade ressurge, olha para frente, que a gente tem uma nova Região Central, com gente vivendo, gente trabalhando, mais proximo do seu local de trabalho, com menos deslocamentos, ambientalmente mais correto'. Acho muito simbólico, do que a gente espera do Centro do Rio de Janeiro", comentou Paes.

Inaugurado em 1929, o prédio foi o primeiro arranha-céu construído na América Latina. O edifício que já abrigou o antigo jornal A Noite e a Rádio Nacional, tem mais de cem metros e é tombado.

O local virou patrimônio da União em 1940. Ao longo de muitas décadas, algumas repartições públicas funcionaram no prédio. O Governo Federal tentou leiloar o imóvel algumas vezes, sem sucesso. O edifício A Noite é tombado pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Lucro na venda

O edifício A Noite ficou fechado por mais de dez anos e foi comprado pela Prefeitura do Rio de Janeiro no último mês de março, por R$ 28,9 milhões, via Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar). O objetivo do prefeito era colocar o prédio novamente no mercado para ajudar no processo de revitalização da região do Centro.

A prefeitura então decidiu abrir uma concorrência para vender o edifício histórico. O consórcio vencedor é integrado pela empresa paulista QOPP, que integra o Grupo Vetorazzo, e a carioca Konek Transformação Imobiliária. A proposta vencedora foi a melhor entre as quatro ofertas apresentadas.

Além dos R$ 36 milhões investidos no ato da compra, o consórcio também se comprometeu a repassar ao município metade dos lucros gerados pelos incentivos do projeto municipal Reviver Centro. O pagamento extra deve ultrapassar os R$ 24 milhões.

Prédio histórico O imponente edifício de 22 andares, em art déco, ficou pronto e foi inaugurado em 1929, de frente para a Praça Mauá. Ele é considerado um marco arquitetônico e impulsionou a engenharia no país. Do alto dos seus 102 metros, o visual da Baía de Guanabara impressiona.

Originalmente batizado de Joseph Gire, nome do arquiteto francês que o projetou – assim como o Copacabana Palace e o Hotel Glória –, o prédio acabou conhecido pelo nome do jornal que abrigava, o vespertino A Noite.

Na segunda metade da década de 1930, sua inquilina mais célebre chegou: a Rádio Nacional – emissora de maior audiência no país.

O poder e a importância do rádio para a música e a cultura brasileiras perduraram por décadas. Os artistas ganhavam fama graças às ondas sonoras que levavam os programas de auditório para todo o país.

O prédio inteiro representa parte importante da história do Rio de janeiro. Lá, eram gravadas as grandes radionovelas. O estúdio de radioteatro foi um precursor do que se conhece atualmente como estúdio cenográfico.

fonte: G1 RJ